quarta-feira, 23 de maio de 2007

Leiam e Reflitam ( está no blog do Décio Sá)

Olha Como é Estranho ( Tiro no Pé),
Desce Sápo.

Três dias depois de ser apontado pela Polícia Federal como suspeito de haver recebido, dentro do próprio ministério, R$ 100 mil de propina da Construtora Gautama, o ministro Silas Rondeau, de Minas e Energia, entregou ontem, às 20h15, sua carta de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na carta, ele diz que deixa o cargo para se defender das “descabidas e injustas inverdades”. “A injustiça que recaiu sobre a minha pessoa leva-me a solicitar a vossa excelência minha exoneração, a fim de melhor proteger minha pessoa, minha família, minha honra, minha história e permitir ao governo que siga com todas as energias voltadas para o crescimento do País”, diz o ministro demissionário em sua carta. Mais tarde, em nota, ele afirmou que a decisão de deixar o cargo teve o objetivo de evitar “que a imagem do governo seja de algum modo afetada”. O secretário-executivo do ministério, Nelson Hubner , assume interinamente o cargo.Padrinho da indicação de Rondeau, o senador José Sarney (PMDB-AP) também assumiu as negociações de sua saída. E, ao saber que o PT está de olho no Ministério de Minas e Energia, já apresentou como candidatos ao cargo os nomes de José Antonio Muniz, ex-presidente da Eletronorte, hoje na iniciativa privada, e de Astrogildo Quental, atual diretor econômico e financeiro da empresa (leia texto abaixo). AlternativasO ministro demissionário reuniu-se ontem à tarde com Lula, das 15h50 às 17 horas, mas o encontro não foi conclusivo. Lula avisou-o de que pretendia continuar as conversas mais tarde. O primeiro encontro foi interrompido a fim de que o presidente se reunisse com o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, para tratar do futuro Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na área social. Sarney apontara duas alternativas para o afilhado político. Na primeira, ele pediria licença do cargo e tentaria provar a inocência fora do governo; na segunda, se demitiria. O senador se empenhou pela primeira opção, mas não teve sucesso.Ainda na noite de segunda-feira, depois de dois dias de viagem com o presidente Lula ao Paraguai e Foz de Iguaçu, Rondeau desembarcou em Brasília e foi direto para a casa do senador, no Lago Sul. O encontro entrou pela madrugada. De acordo com uma testemunha, Rondeau jurou inocência ao padrinho político. Argumentou também que foi ele mesmo quem forneceu à Polícia Federal a fita com o registro da entrada no prédio do ministério de Fátima Palmeira, representante da Gautama que se encontrou com Ivo Almeida Costa, seu assessor especial. Nesse encontro, Fátima teria entregue os R$ 100 mil. Ivo Costa foi preso pela Operação Navalha, da Polícia Federal - que desmontou um esquema de desvio de dinheiro público e fraudes em licitações. O assessor especial depôs ontem no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e foi solto ao fim do depoimento. AlmoçoDepois de se reunir pela manhã com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para tratar da crise com o ministro, Sarney foi ao encontro de Lula, no Palácio do Planalto. Levou Renan consigo. Os dois almoçaram com o presidente. Falaram do problema vivido por Rondeau e disseram que uma saída possível seria a da licença. Ao deixar o gabinete de Lula, Sarney comentou que, se o ministro tivesse sorte, a solução seria a licença. O governo estava dividido.De acordo com assessores do Palácio do Planalto, no encontro com Sarney e Renan, a conclusão foi uma só: mesmo que Rondeau seja inocente, a situação era insustentável. De uma forma ou de outra ele teria de sair. Além do mais, Sarney não quer um protegido que esteja vulnerável a ataques, num momento em que a disputa política o confronta com o grupo do ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares - este também preso pela Operação Navalha.Sem cautelaEmbora Lula e vários integrantes do governo tenham dito que as acusações contra Rondeau são “absolutamente frágeis” e não há provas concretas contra ele, Lula não teria pedido nenhum tipo de cautela à Polícia Federal em novas ações. Ao contrário, repetiu que isso tem de continuar porque considera fundamental que as instituições funcionem, “sem nenhum tipo de cerceamento, doa a quem doer”. Assessores palacianos entendem, contudo, que agora a PF vai ter de apresentar provas concretas contra o ministro. A avaliação é de que em nenhum tribunal do mundo Rondeau seria condenado pelas imagens veiculadas e pelas provas apresentadas.
Tá lá

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